O Servidor do Incra. O Assassinato. O Companheiro. A Confissão e a Condenação



 O piauiense Igor Diniz da Silva, 27, réu confesso da morte de Jorge Luiz Rodrigues Pereira, 64, técnico agrícola do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), foi condenado por maioria de votos do 4º Tribunal do Júri da Capital, presidido pelo juiz Claudio Hernandes Silva Lima e cumprirá pena por homicídio qualificado. 

A sentença base aplicada de 18 anos de reclusão foi reduzida em um ano já que o réu confessou o crime, sendo então fixada em 17 anos de reclusão em regime inicial fechado, sem direito de apelação da decisão em liberdade. Os jurados acolheram a tese do promotor Nadilson Portilho Gomes que sustentou em desfavor do réu da prática de homicídio qualificado pelo uso de recurso que dificultou a defesa vítima e emprego de meio cruel, pois ela foi amarrada, agredida e asfixiada até a morte. 

Durante manifestação, o promotor argumentou que o réu após o crime fugiu no carro que pertencia à vítima. Na defesa, atuou o defensor público Alex Mota Noronha, que considerou ser um grande dilema e que “todos desse trágico enredo são vítimas”. 

Para o defensor, além da vítima morta por asfixia, o réu é também vítima por ser dependente químico. Noronha sustentou a tese para efeito de diminuição de pena, por ser o réu primário e sob efeito de drogas não era totalmente capaz de se determinar. 

Durante a sessão foram ouvidas testemunhas arroladas pela promotoria, entre elas o filho adotivo da vítima, que morava em outro município e foi chamado pelo pai para “tirar uma pessoa do seu apartamento”. O jovem disse que alertava o pai para não levar estranhos para casa e que não conhecia o réu. 

Outro depoimento foi de uma colega de trabalho da vítima. A servidora pública declarou que ambos trabalhavam no Incra, e ao sentir falta do colega e por saberem que não tinha parentes no Pará, foram até a Delegacia de Polícia Civil registrar o desaparecimento, e lá foram informados de que o colega tinha sido vítima de assassinato. 

Em interrogatório, o réu confessou o crime, e que mantinha união estável com o técnico. Alegou que no dia do crime tinha comprado drogas e usou no apartamento do companheiro. Na ocasião, o réu alegou que teve uma discussão com a vítima, tendo sido acusado de traição e expulso do apartamento, no Conjunto Império Amazônico, bairro do Souza, Belém. 

No dia seguinte, segundo o réu, uma nova discussão o levou a agredir a vítima, aplicando um golpe conhecido como “mata leão”, em seguida a amarrou e asfixiou.


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