Adonel Cardozo, que é motorista por aplicativo em Macapá, foi uma das 150 vítimas. Ele contou que o homem divulgava via aplicativo de mensagens, uma lista de vagas e seus respectivos salários. O golpista teria afirmado à Cardozo, que após a transferência, o valor seria ressarcido. “Pessoal do Oiapoque, Calçoene, Amapá, Tartarugalzinho, Porto Grande foram convocados, que era pessoal que trabalhava numa barragem, que tava interessado a voltar a se empregar, mas no final das contas nós caímos num golpe”, disse.
Adonel teria se interessado na vaga de vigilante, qual já tinha experiência, com o ‘salário’ de R$ 3.100 e mais R$ 1.200 de vale alimentação. O golpista teria prometido também um ônibus que levaria os interessados ao local em uma ‘caravana’ para a clínica onde seria o exame admissional na capital do Amapá. ‘Eu peguei um dinheiro emprestado com meu irmão, para fazer o cadastro para deixar a vaga reservada já para pagar a clínica […] sexta-feira era pra fazer esses exames. O pessoal do Oiapoque vinha de madrugada pra amanhecer sábado, eles disseram que tinham locado dois ônibus e era mentira […] a gente não achou esses ônibus”, contou.
Na véspera do dia da suposta viagem, Cardozo foi até à clínica onde faria o exame em Macapá, e descobriu com a gerente que nenhum dos nomes estavam listados para o suposto exame, se dando conta de que havia caído em um golpe. “Eu liguei pro pessoal de Oiapoque, dizendo: ‘Olha, nós caímos num golpe, pode ir lá registrar um b.o, que não vai ter ônibus, não vai ter nada’. Agora estamos aqui esperando que a Justiça resolva esse problema nosso […] eu, meu irmão e meu cunhado pagamos e muita gente pagou e se interessou. Foi depositado em pix no nome dele, do Pablo, que foi depositado todo esse dinheiro”, finalizou.
A Polícia Civil de Oiapoque tomou conhecimento do caso. O delegado Átila Rodrigues, informou que após registro do Boletim de Ocorrências (B.O), foi instaurado o inquérito policial e as medidas cautelares cabíveis serão encaminhadas ao poder Judiciário. Juliana Souza, que atuava como assistente do falso funcionário, também foi uma vítima. A mulher explicou que recebeu o convite de Pablo para trabalhar no recrutamento de algumas pessoas e recolher a documentação dos interessados, com a promessa de uma vaga de emprego garantida. “Ele se aproveitou dessa situação pra tá dando golpe na gente. Mas Deus tarda, mas não falha, onde o Pablo tiver a gente vai encontrar”, disse. Segundo as testemunhas, o suspeito chegou a passar por Oiapoque a trabalho e segue foragido até o momento. Ele chegou a se hospedar em um hotel em Macapá, mas não foi localizado.
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