A Família Sabino. O Quebra Pau na Sanave. O Advogado Fábio. O Terreno de R$ 62 Milhões. O Espólio do Patriarca e a Guerra Declarada
E o pau cantou na tribo dos Sabinos. Como dizia uma conhecida coluna, em sociedade nem tudo se sabe. Na terça-feira, 26, uma confusão envolvendo as irmãs Clarisse e Cleonice Sabino foi parar na polícia. A muvuca foi tão grande que teve que ser dividida em três delegacias: Delegacia da Mulher, Delegacia do Comércio e Delegacia do Idoso. O pano de fundo dessa história é o espólio de Cipriano Sabino de Oliveira, falecido recentemente. Cipriano, que teve vários relacionamentos e uma penca de filhos, é pai do ministro do turismo, Celso Sabino. Outros filhos do falecido também são bastante conhecidos da sociedade belemense: estamos falando da secretária municipal Cilene Sabino e do conselheiro do TCM, Cipriano Sabino.
O arranca rabo, ocorrido na manhã de sexta-feira, 28, que azedou de vez a relação na Sabinada, que já não era nada boa, se deu dentro da empresa Sanave, de propriedade da família. E foi “coro” até Chico chegar do roçado. Clarisse Sabino teria partido para cima da irmã Cleonice, que se refugiou em uma sala. O pai do advogado Fábio Sabino foi ferido gravemente no braço. E, para deleite dos leitores e seguidores de O Antagônico, tudo foi registrado em vídeo. Lance a lance (Imagens publicadas no final da matéria).
O pau começou a “cantar” no núcleo Sabino a partir da tentativa de venda de um dos terrenos da empresa Sanave. Pessoas da família, ouvidas pela reportagem, dizem que o advogado Fábio Sabino estaria tentando vender a propriedade, sem o consentimento dos filhos. Dai o inicio da discórdia, que tem tudo para virar uma verdadeira guerra, já rotulada de “Sabinada Paraense”. Um dos membros da família diz que Fábio sequer tem Sabino no sobrenome.
“O nome dele verdadeiro é Fábio Sena Rodrigues. Ele tá tentando mudar para Celso Sabino”. Disse.
E a briga tá só começando. Na semana passada, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por intermédio da 2ª Promotoria de Justiça de Falência e Recuperação Judicial de Belém, tendo como titular a promotora Helena Maria Oliveira Muniz Gomes, entrou com um recurso de apelação contra a decisão judicial que autorizou a venda de um dos imóveis mais valiosos da empresa Sanave, Sabino de Oliveira Comércio e Navegação, que atua com comércio e navegações, localizado na Avenida Pedro Álvares Cabral, em Belém.
O imóvel, eixo central da briga dos Sabinos, foi avaliado em R$ 62 milhões, valor que o MPPA considera prejudicial para a recuperação judicial da empresa, pois configura um prejuízo à maximização dos ativos e fere princípios da lei de recuperação judicial.
A empresa gestora de ativos solicitou a venda do imóvel, alegando que isso garantiria a continuidade das operações, e ajudaria no pagamento das dívidas acumuladas. O administrador judicial e a própria empresa apoiaram a venda, afirmando que era essencial para cumprir o plano de recuperação aprovado. No entanto, o MPPA contesta essa operação, argumentando que ela foi realizada sem os critérios adequados de avaliação e transparência, resultando em um preço muito abaixo do valor real do imóvel. Avaliações indicam que o imóvel poderia valer mais de R$ 92 milhões, o que representa cerca de 30% a menos do que o preço acordado. Na apelação, o MPPA destaca como principais três irregularidades:
Venda Abaixo do Valor de Mercado: a promotoria afirma que a alienação não respeitou o princípio da maximização dos ativos, fundamental para garantir o melhor retorno possível aos credores.
Procedimento Inadequado – De acordo com o MPPA, a venda não seguiu as exigências da Lei nº 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, e não garantiu um processo competitivo justo.
Falta de Contraditório – A decisão que permitiu a venda teria sido tomada sem dar espaço suficiente para contestação, comprometendo assim o devido processo legal. O MPPA também ressalta que essa venda pode inviabilizar as operações da empresa, levando à falência, ao invés de sua recuperação – um objetivo central da recuperação judicial.
Caberá ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA) analisar os argumentos apresentados pelo MPPA e decidir se mantém ou revoga a sentença que autorizou a venda do imóvel. O resultado dessa análise pode ter um impacto significativo sobre os credores e sobre a continuidade das suas operações. Vale ressaltar que a recuperação judicial já inclui outras vendas de ativos, como a recente alienação do Porto de Manaus, cujos recursos foram considerados suficientes para quitar parte significativa das dívidas.
A apelação do MPPA sugere que essa nova venda pode não ser a melhor estratégia para assegurar o equilíbrio financeiro da empresa e dos seus credores. Veja os vídeos clicando no link: https://oantagonico.net.br/a-familia-sabino-o-quebra-pau-na-sanave-o-advogado-fabio-o-terreno-de-r-62-milhoes-o-espolio-do-patriarca-e-a-guerra-declarada/
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