A Polícia Federal em Santarém, no oeste do Pará, deflagrou na manhã desta terça-feira (20) a Operação “Falso Midas” visando desmontar um esquema fraudulento conduzido por um servidor do Ministério Público Federal (MPF) do Pará que causou prejuízos que podem chegar a R$ 20 milhões.
Três mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, todos expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária do Pará, foram cumpridos na operação. Investigações apontam que o servidor identificado como Salatiel Farias Araújo praticou crimes contra o sistema financeiro nacional, o mercado de capitais e a ordem tributária, além de fraudes contra diversos membros do Judiciário, do próprio Ministério Público, da Polícia Judiciária, assim como empresários e particulares.
Ainda de segundo as investigações, Salatiel teria arrecadado vultosos recursos prometendo altos retornos financeiros aos investidores, alegando que os valores seriam aplicados na bolsa de valores através de operações legítimas e seguras. Promessas que, na prática, não se concretizavam. O nome da operação, “Falso Midas”, faz referência ao rei Midas da mitologia, que transformava tudo em ouro. No entanto, neste caso, os recursos das vítimas foram destinados a fins ilícitos, não sendo devolvidos a elas.
Dentre as vítimas de Salatiel estão cinco juízes do Fórum da Comarca de Santarém, três promotores de Justiça, um delegado da Polícia Federal, três delegados e investigadores da Polícia Civil, dois Procuradores da República, além de vários analistas e técnicos do próprio MPF, além de empresários e profissionais liberais. Todos foram vítimas de apropriação indébita de valores que podem chegar a R$ 20 milhões, segundo as investigações da PF.
Em maio de 2023, Salatiel Farias Araújo foi dispensado do cargo de confiança de Assistente Nível II, que ocupava no gabinete do Procurador da República do 5º Ofício da Procuradoria da República do Município de Santarém, e substituído por uma servidora do órgão, conforme portaria. A dispensa ocorreu após conclusão de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) que investigou condutas do servidor.
De acordo com o Ministério Público Federal, o inquérito policial que levou à prisão preventiva do servidor foi requisitado pelo próprio MPF. Além disso, o órgão emitiu parecer favorável ao pedido da Polícia Federal à Justiça Federal para a realização de operação nesta terça-feira (20), em Santarém (PA), contra Salatiel.
Comentários
Postar um comentário