Uma decisão da lavra dos juízes Eduardo Freire, Acrísio Figueiredo e Celso Quim Filho, todos da Vara de Repreensão e Combate ao Crime Organizado, está sendo ignorada e levada “no queixo” por servidores da prefeitura de Ananindeua investigados pelo GAECO. Explica-se: em abril deste ano, o MP deflagrou uma operação para investigar um esquema de corrupção no IASEP.
A medida, a época, decretou busca e apreensão no Hospital Santa Maria de Ananindeua e na residência dos investigados Elton dos Santos Brandão, André Luiz Oliveira de Miranda, Geciara dos Santos Barbosa, Julia Conceição Arão, Michele Barbosa Santos, Rosângela Medeiros de Sousa e Ed Wilson Dias e Silva. Além de busca e apreensão, a decisão afasta dos cargos os servidores Julia Conceição, Ed Wilson, Rosângela Medeiros e Geciara dos Santos. Com exceção de Elton Brandão, todos os investigados estão proibidos de frequentar órgãos públicos e acessar sistemas da administração pública e de manter contato com os funcionários do hospital Santa Maria de Ananindeua, da prefeitura, do IASEP e com o investigado Elton dos Santos Brandão.
Ocorre, caros leitores, que após a operação do Gaeco, os investigados estão “deitando e rolando” nas redes sociais, almoçando, conversando e confabulando, sem dar trela para a decisão judicial e para a investigação do parquet. Ou seja, nas barbas dos fiscais da lei os investigados estão fazendo tudo e mais um pouco, costurando, caseando, chuleando e flanando para o Ministério Público. Na foto, acima, Ed Wilson, um dos investigados, almoça com o prefeito Daniel Santos e correligionários em um restaurante. A foto foi publicada nas redes sociais, fator que por si só demonstra o “desinteresse” dos investigados em cumprir decisão judicial.
Diga-se de passagem que a decisão judicial também decretou o sequestro da quantia de R$ 261. 381.860,97 ( duzentos e sessenta e um milhões, trezentos e oitenta e um mil, oitocentos e sessenta reais e noventa e sete centavos) incluindo veículos, aeronaves e embarcações. De acordo com a denúncia, haveria um esquema delituoso instalado no IASEP – Instituto de Assistência do Servidor Público do Estado do Pará, autarquia do governo do Pará incumbida de garantir a assistência à saúde aos servidores públicos estaduais e a seus dependentes, que teria atingido as cifras elevadas de aproximadamente 261.381.860,97 (duzentos e sessenta e um milhões trezentos e oitenta e um mil oitocentos e sessenta reais e noventa e sete centavos).
Ainda conforme as investigações, tal esquema delituoso consistiria em desviar verbas públicas do plano de saúde estatal em favor do hospital Santa Maria de Ananindeua-HSMA, de propriedade do médico e empresário Elton dos Anjos Brandão, sendo que o referido esquema criminoso teria se iniciado no ano de 2019 e se prolongado até 2023, quando a mudança da presidência do instituto determinou a demissão dos quatro servidores que manipulariam o sistema de fiscalização, proporcionando os pagamentos ilícitos ao HSMA.
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