A Texaco. A Rede Ipiranga. O Acordo de Licenciamento. A Volta ao Brasil



 Os postos de combustíveis Texaco vão voltar ao Brasil após mais de uma década fora do mercado nacional. A volta será possível após a rede Ipiranga fechar um acordo de licenciamento com a petroleira americana Chevron, detentora da marca.

“A Ipiranga será licenciada da Chevron para comercializar e vender combustíveis Texaco com a tecnologia Techron no Brasil, com foco em uma rede de postos da marca em todo o país. A Ipiranga também operará as lojas de conveniência, sob a marca Star Mart da Chevron”, informou a empresa brasileira. 

A Texaco sumiu do país depois de ter sido comprada justamente pela Ultrapar Participações, dona da Ipiranga, em 2008. O acordo fechado naquele ano teve o valor de R$ 1,16 bilhão (equivalentes a R$ 2,8 bilhões em valores atuais) e dava à empresa brasileira o licenciamento da marca por até cinco anos. Depois desse período, os postos da Texaco foram substituídos pela marca Ipiranga.

Chevron e Ipiranga já são sócias desde 2018 da Iconic, fabricante de óleos lubrificantes, fluídos e graxas Iconic desde 2018. De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a joint venture possui a terceira maior participação no mercado de lubrificantes, com 14,27% de market share. 

O novo acordo permite que os postos vendam combustíveis com a tecnologia Techron, um aditivo de combustível com “propriedades detergentes para ajudar a manter limpas as peças-chave do motor”, disse a empresa, sem dar previsão de data para o início da operação dos primeiros postos com a bandeira Texaco.

O portfólio da Chevron no Brasil inclui ainda a exploração de 4 blocos nas bacias de Campos e Santos e o contrato para exploração de outros 15 na bacia de Pelotas, além da operação da produtora de aditivos e petroquímicos Chevron Oronite em Mauá, no interior de São Paulo.

O que a Ipiranga ganha ao trazer de volta a Texaco? A entrada de mais uma marca no mercado deve gerar “aumento da concorrência” e levar a uma “maior oferta de derivados no mercado, devido a possíveis novos postos abertos, podendo ter impactos na precificação dos produtos”, analisa Aldren Vernersbach, o economista e especialista na indústria de petróleo e gás e setor de energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).Já o efeito dessa parceria para a Ipiranga vai depender de como a Texaco vai ser reinserida no mercado brasileiro.

“A marca de um combustível é o elemento que o diferencia em termos de confiança quanto à sua qualidade e segurança do seu uso. O ganho de mercado dependerá do quanto Texaco está consolidada na mente do consumidor, da estratégia de marketing e expansão. A Ipiranga pode utilizar a sua rede de postos e logística já existente, visando ganhos de eficiência econômica e novas parcelas do mercado”, diz Vernersbach.

A Ipiranga é a segunda maior empresa de combustíveis líquidos no país, com 16,99% do market share no Brasil. Ela fica atrás apenas da Vibra Energia (ex-BR Distribuidora), que responde por 22,55% do mercado. Atualmente, a rede tem mais de 5.800 postos no país, com presença maior no Sul e no Sudeste.

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