Um grupo que reúne mais de 50 entidades, entre organizações não governamentais e movimentos sociais, vai lançar nesta quarta-feira (3/4) um boicote contra uma ação da Cargill, gigante multinacional do agronegócio, que se pretende a estimular iniciativas socioambientais no Brasil. O manifesto acusa a multinacional de usar o programa “Semeia Fundação Cargill 2024” para promover “greenwashing”, ou seja, tentar “limpar” uma imagem contrária à sustentabilidade por meio de discursos e ações por práticas sustentáveis.
Entre as ações da Cargill criticadas pelo grupo de entidades estão suposto estímulo a “desmatamento, grilagem de terras, perda de biodiversidade, e utilização de cada vez mais agrotóxicos” e o apoio à construção da Ferrogrão. A ferrovia de 933 quilômetros entre Sinop (MT) e Miritituba (PA) foi incluída pelo governo Lula no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O texto contra a Cargill reuniu assinaturas de movimentos aliados ao PT, como o MST e o MTST, além de entidades de defesa de povos indígenas, como Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Instituto Raoni e Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e organizações internacionais como Amazon Watch e Robert. F. Kennedy Human Rights.
Por meio do “Semeia Fundação Cargill 2024”, que tem inscrições abertas até o próximo dia 8 de abril, a multinacional vai “identificar, estimular o desenvolvimento e apoiar iniciativas socioambientais e negócios de impacto” por cooperativas, empresas e organizações da sociedade civil. Serão selecionados 15 projetos, em cidades onde a empresa atua, que receberão financiamentos entre R$ 100 mil e R$ 150 mil da fundação.
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