A eleição para a Prefeitura de Belém em 2024 fará com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarca na capital paraense nesta terça-feira, 26, tenha que escolher entre apoiar um nome do PT para o comando prefeitura belemense ou ir contra o seu partido e endossar a candidatura de Igor Normando, aliado do governador Helder Barbalho.
Belém será sede da COP30 em 2025, evento da ONU (Organização das Nações Unidas) para o clima, e uma das principais vitrines do atual governo. Os petistas no Estado querem a reeleição do atual prefeito, Edmilson Rodrigues (Psol), impopular e em último lugar em pesquisas eleitorais. Já Helder indicou o seu próprio secretário de Cidadania, Igor Normando, pelo MDB.
O governador do Pará diz que sua relação com o PT e com Lula será mantida independentemente da decisão de ambos sobre o pleito. Afirma acreditar que o presidente seguirá a decisão do PT e que a respeitará.
“Igor será o candidato do MDB. O PT deve decidir o que fazer, minha relação com o presidente e com o PT independe disso. Creio que o presidente da República deva seguir o que o PT decidir, e nós respeitaremos”, declarou Helder. O acordo de momento é que o governo federal apoiará o que o PT local decidir. O partido indicou que manterá o apoio a Edmilson mesmo com baixas chances de vitória.
O ex-senador Paulo Rocha (PT-PA) diz que o partido no Pará “nunca se pautou por pesquisas”. O PT estadual avalia que Lula deve apoiá-los em qualquer cenário e que está na hora de o presidente “enquadrar” o governador. A reclamação é de que os petistas aceitam tudo o que é pensado pelo grupo de Helder.
A manutenção de um aliado no comando da capital paraense, no entanto, pode fazer com que Lula passe por cima da vontade do diretório local do PT e declare apoio a Normando. A decisão estaria baseada no fato de que o deputado e delegado Éder Mauro (PL), ferrenho defensor do principal adversário de Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), lidera pesquisas de intenção de voto para a prefeitura da cidade.
Helder Barbalho é também mais bem avaliado que Edmilson e é um dos aliados de 1ª hora do presidente. Em seu 3° mandato, Lula fez de Belém a vitrine da Amazônia globalmente ao levar o evento climático para lá. Agora, não pode correr o risco de ter um opositor no comando da cidade durante a COP30. Ainda há ceticismo, entretanto, de que Lula vá até o final com Edmilson. O presidente já disse em eventos mirando as eleições que seu partido deve abrir mão de brigas internas e apoiar candidatos com chances de vitória.
Neste cenário, o prefeito poderia nem disputar a reeleição, abrindo caminho para Lula apoiar o nome de Helder. Mas, quem conhece Edmilson e o Psol sabem que esta possibilidade é praticamente nula.
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