Nesta terça-feira, 5, mais de 330 servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Pará (UFPA) aprovaram por unanimidade a deflagração de movimento de greve por tempo indeterminado a partir do dia 11 de março de 2024. Esta foi uma das maiores assembleias já realizadas na UFPA, com mais de 200 servidores presenciais no hall da Reitoria e mais de 130 dos campi do interior na modalidade online. Além da UFPA, os servidores da UNIFESSPA (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia) e UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará) também aprovaram greve.
“Após meses de “enrolação” do governo em avançar na pauta de reivindicações da categoria, os servidores decidiram cruzar os braços para forçar a aceleração das negociações. Os TAE’s (Técnico-Administrativos em Educação) das Universidades e Institutos Federais estão há meses empenhados buscando negociar com o governo uma proposta de reestruturação de sua carreira (PCCTAE – Lei 11.091/2005), pois a remuneração dos servidores das IFE (Instituições Federais de Ensino) é a menor entre todas as carreiras do executivo federal, com vencimento básico inferior a 2 salários mínimos.”
Diz a carta do movimento grevista frisando que, além da reestruturação da carreira, os trabalhadores também lutam pela equiparação dos auxílios (alimentação, saúde e escolar) com os servidores dos demais poderes, legislativo e judiciário, e também reivindicam reposição salarial para o ano de 2024.
“Infelizmente, o trato do governo com os TAE’s das Universidades e Institutos Federais não tem sido o mesmo com outras categorias, pois segmentos do funcionalismo federal que já tem uma remuneração superior à remuneração do funcionalismo da educação federal, como por exemplo Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, conseguiram um reajuste muito superior. Os TAE’s exigem ser tratados com isonomia, respeito e dignidade.” Diz um trecho da carta pontuando que apesar do trato do atual governo Lula com os sindicatos e trabalhadores em luta ser diferente em relação ao que acontecia nos governos Temer e Bolsonaro, nos 6 anos de Temer e Bolsonaro, não houve nenhum centavo de recomposição salarial, houve reformas que retiraram direitos (previdência, trabalhista, entre outras) e o governo sequer recebia os sindicatos para conversar.
“No atual governo, já conquistamos 9% de reposição salarial em 2023 e temos mesas de negociação abertas. Porém, não aceitamos que as mesas de negociação se transformem em mesas de enrolação. Defendemos o governo Lula dos ataques golpistas da extrema-direita, queremos Bolsonaro e os generais golpistas na cadeia, mas também não vamos aceitar que o governo libere cerca de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares e não apresente 1 centavo para reestruturar a carreira mais defasada do executivo federal, dos servidores que carregam nas costas a gestão das universidades e institutos federais. Também é pauta da greve o arquivamento da proposta de Reforma Administrativa que reduz salários, ataca as carreiras e acaba com a estabilidade no serviço público.” Finaliza o documento alertando que a expectativa nas próximas semanas é que os docentes e técnicos dos Institutos Federais (base do SINASEFE) e os docentes das Universidades Federais (base do ANDES-SN) também deflagrem greve e unifiquem com o nosso movimento.
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