Os Juízes. Os Benefícios Adicionais. O CNJ e o Efeito Cascata



 Em uma resolução aprovada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) na sessão presidida pelo ministro Luís Roberto Barroso em 17 de outubro, uma série de benefícios adicionais para magistrados começou a tomar forma. A decisão, que busca equiparar direitos e deveres entre juízes e membros do Ministério Público (MP), já está gerando impactos, incluindo a criação de um benefício pelo CJF (Conselho da Justiça Federal).

Segundo a medida aprovada pelo CJF, com base na resolução aprovada sob Barroso, juízes que acumulem funções administrativas ou outras atividades “processuais extraordinárias” terão direito a uma “licença compensatória na proporção de três dias de trabalho para um de licença, limitando-se a dez dias por mês”. Os juízes que não desejarem tirar essas folgas irão receber por elas. O tribunal deve pagar esses valores por meio de indenização, sem incidência do Imposto de Renda.

Efeito cascata – Outros tribunais, como o TST (Tribunal Superior do Trabalho) e o STM (Superior Tribunal Militar), podem seguir o mesmo caminho, aprovando novas remunerações com base na resolução do CNJ. O efeito cascata da resolução tem levado preocupações à cúpula destes tribunais superiores, pois impacta o orçamento desses órgãos. Há indícios de que parte dos juízes federais pode receber até 30% a mais do salário bruto mensal com esse novo benefício.

Desgaste – O novo benefício também tem gerado desgaste entre magistrados e servidores da Justiça. A Fenajufe, entidade que representa trabalhadores do Judiciário e do MP, expressou preocupações sobre a prioridade orçamentária dada à magistratura. 

A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) defendeu a atuação do CJF para cumprir um preceito constitucional, destacando que o benefício conferido aos magistrados federais agora está alinhado ao que já era garantido aos membros do Ministério Público desde janeiro de 2023.

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