Os municípios que mais desmataram nos últimos três anos tiveram os piores indicadores sociais em estudo do Índice de Progresso Social (IPS) 2023. Nove municípios da lista estão no Pará. São eles : Altamira, São Félix do Xingu, Novo Progreso, Itaituba, Portel, Pacajá, Uruará, Novo Repartimento e Rurópolis. Segundo levantamento, foi constatado que o desmatamento na Amazônia, que já perdeu cerca de 21% da sua floresta (838.849,25 km²), tem relação direta com baixo desenvolvimento de cidades da região. No estudo, foram analisados 47 indicadores de qualidade de vida de áreas como saúde, educação, segurança e moradia. Conforme a pesquisa, as 20 cidades que mais devastaram a floresta de 2020 a 2022, representam 50% da área desmatada no período.
A grande maioria desses municípios tem um IPS Amazônia muito baixo, entre os quais estão Altamira (PA), Apuí (AM), Novo Progresso (PA), Pacajá (PA), Portel (PA) e São Félix do Xingu (PA). As 29 cidades com notas mais altas no IPS (superiores a 61,80) apresentaram um desmatamento médio de 20 km² entre 2020 e 2022, segundo dados do Projeto Prodes (Inpe).
Por outro lado, os 89 municípios que tiveram as avaliações mais baixas (inferiores a 50,12) derrubaram uma média de 86 km² nesse período, sendo quatro vezes mais. Dentre elas, estão Apuí, localizado no sul do Amazonas, em zona conhecida como arco do desmatamento. Além disso, o IPS médio dos 20 municípios com as maiores áreas de floresta destruídas nos últimos três anos (52,30) foi menor do que o da Amazônia (54,32). Um exemplo dessas notas baixas é São Félix do Xingu, no sul do Pará. O município devastou mais de 1,7 mil km² de floresta no período e obteve um IPS de apenas de 52,56.
De acordo com o cofundador do Imazon e coordenador da pesquisa, Beto Veríssimo, “o IPS é um pouco melhor nas capitais e em alguns territórios com mais de 200 mil habitantes. Por outro lado, em geral, os municípios com altas taxas de desmatamento apresentam notas muito baixas”. Ainda, conforme Veríssimo, “isso mostra mais uma vez que a expansão da derrubada não gerou desenvolvimento na Amazônia. Pelo contrário, deixou os 27 milhões de habitantes da região sob condições sociais precárias”.
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