Belém. A Visita do Ditador. A Delis Ortiz. O Desconforto e Silêncio da Esquerda



 Será que a Globo vai mandar a Delis Ortiz ? A confirmação da participação do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na Cúpula da Amazônia tem despertado uma onda de críticas, polêmicas e planos de protestos em Belém. O evento, que se realizará nos dias 8 e 9 de agosto no Hangar Centro de Convenções, reúne líderes de países com parte da Floresta Amazônica em seus territórios, com o objetivo de traçar estratégias de preservação. Maduro desembarca em Belém nesta terça-feira,08. 

O curioso é que grande parte da imprensa e dos ditos movimentos sociais, que se dizem defensores dos direitos humanos estão caladinhos, sem dar um pio sobre a visita de um ditador em solo paraense. Resta saber se a organização da Cúpula da Amazônia vai retirar das esquinas próximas ao evento os pedintes venezuelanos que vieram para o Pará fugindo do governo ditatorial da Venezuela.

Oito chefes de Estado dos países membros da OTCA, incluindo Bolívia, Peru, Colômbia, Suriname, Guiana, Guiana Francesa, Equador e Brasil, são esperados na Cúpula da Amazônia. A presença de Maduro, no entanto, causa desconforto e insegurança, considerando a grave crise política, econômica e humanitária que assola a Venezuela, juntamente com acusações de violações aos direitos humanos e restrições à democracia.

Segundo a Operação Acolhida, em março deste ano, o Brasil recebeu um total de 100 mil refugiados e migrantes venezuelanos distribuídos em 930 municípios, em busca de melhores condições de vida e segurança.

Em junho deste ano, o presidente Lula, que terá um encontro reservado com Maduro em um hotel de Belém, gerou controvérsia ao defender Maduro e o regime venezuelano, causando espanto até entre seus apoiadores de esquerda. Para piorar ainda mais, Lula declarou que a “democracia é relativa”. Vale ressaltar que, mesmo com o anúncio de Maduro na Cúpula da Amazônia, a Venezuela mantém uma dívida com o Brasil, que atualmente é de R$ 12,5 bilhões.

Juntamente com outros representantes de países que tem a floresta amazônica em seus territórios, Lula e Maduro devem assinar a ‘Declaração de Belém’, em que se comprometem a fazer um trabalho de cooperação de proteção do bioma e desenvolvimento sustentável da região. 

A última vez que Nicolás Maduro esteve no Brasil foi no fim do mês de maio, quando participou da cúpula dos presidentes do Mercosul. Ao todo 11 chefes de estado da América Latina estiveram em Brasília.  Naquela ocasião, a presença do venezuelano gerou desconforto em outros líderes internacionais. Até mesmo o presidente do Chile, Gabriel Boric, que é de esquerda, criticou as falas de Lula em defesa do regime do ditador venezuelano, Nicolás Maduro.

Pergunta que não quer calar é se o Sindicato dos Jornalistas do Pará, Sinjor -Pará, hoje atrelado ao Psol, vai fazer algum protesto ou emitir alguma nota repudiando a visita de Maduro em Belém. Isso porque na última passagem do ditador pelo Brasil jornalistas foram agredidos no Palácio do Itamaraty por seguranças do presidente venezuelano e por agentes a serviço do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência brasileira. 

A agressão ocorreu após o término da reunião de presidentes da América do Sul, na sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. A confusão começou durante a entrevista de Nicolás Maduro. Os seguranças tentavam impedir a aproximação de profissionais da imprensa. No empurra-empurra, um segurança a serviço do GSI deu um soco no peito da jornalista da Rede Globo, Delis Ortiz. Será que vai ter repeteco em Belém ?

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