Depois de dispensar há duas semanas a Kroll e a Lefosse, que haviam sido contratadas para investigar denúncias de irregularidades na instituição, o Banpará informou que trocou de auditoria. Sai a KPMG e entra a Mazars, enquanto o banco tenta obter aval para publicar suas demonstrações financeiras de 2022.
“A companhia informa que a mudança ocorreu devido a avaliação de conveniência e oportunidade quanto à necessidade de observância da Resolução CVM nº 23/2021 e de serem divulgadas ao mercado demonstrações financeiras auditadas com elevado grau de confiabilidade e em prazo compatível com o previsto no Comunicado de 15 de maio de 2023”, diz o Banpará.
No fim de março, o Banpará decidiu suspender a publicação do balanço de 2022 em razão da necessidade de conclusão dos trabalhos dos auditores independentes. Segundo o Valor apurou, a KPMG, que audita o balanço do banco, vinha pressionando pela contratação de uma consultoria externa, sob ameaça de não assinar as demonstrações financeiras da instituição.
A presidente do Banpará, Ruth Mello, foi afastada pelo conselho de administração da presidência do banco em setembro de 2022, quando uma denúncia anônima feita por funcionários foi encaminhada ao colegiado, apontando supostas irregularidades cometidas por ela e o vice-presidente financeiro, Vando Ferreira.
A comissão processante instaurada pelo conselho do Banpará para investigar supostas irregularidades cometidas por Ruth e Ferreira concluiu que houve intereferência injustificada de ambos nos fluxos de pagamentos e fornecedores do banco e que a executiva tinha uma “relação atípica de caráter conflitante de interesse” com o representante de um dos fornecedores.
Ruth conseguiu uma liminar na Justiça e voltou ao comando do banco em fevereiro. Com o apoio do governo do Estado, três dos quatro membros do conselho que haviam votado pelo afastamento dela foram trocados. O único que sobrou foi o representante dos minoritários, Adilson Dias.
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