O Banpará. A Presidente. O Fato Relevante. A Auditoria Kroll. A Lefosse Advogados e a Rescisão do Contrato



 O Conselho de Administração do Banco do Estado do Pará decidiu, no dia 5 de julho, por unanimidade, rescindir contrato com a auditoria Kroll e a Lefosse Advogados. A informação foi publicada nesta sexta-feira (14) em fato relevante. A instituição havia contratado as duas empresas para investigação forense no início de março, após denúncias de corrupção contra a presidente, Ruth Mello.

No comunicado, o banco afirma que adotará “providências quanto às ações necessárias e legais para que não haja a descontinuidade do alcance do objetivo da Instituição Financeira quanto ao assunto, qual seja, a efetiva publicação das Demonstrações Financeiras de 2022, até o mês de setembro deste corrente ano, prazo previsto no Comunicado ao Mercado de 15 de maio de 2023.” No fim de março, o Banpará decidiu suspender a publicação do balanço de 2022 em razão da necessidade de conclusão dos trabalhos dos auditores independentes. 

Segundo o Valor apurou, a KPMG, que audita o balanço do banco, vinha pressionando pela contratação de uma consultoria externa, sob ameaça de não assinar as demonstrações financeiras da instituição. Com a suspensão, em junho, a Moody’s, que em abril havia colocado o rating do Banpará em revisão para possível rebaixamento, efetivou a redução na nota da instituição, que passou para “AA-.br”, com perspectiva negativa.

Ainda segundo o fato relevante, assinado por Igor Barbosa Gonçalves, diretor de Controle, Risco e Relações com Investidores, a companhia diz que “já está conduzindo, da forma mais célere possível e dentro dos requisitos legais, os procedimentos necessários para que esteja em conformidade com suas publicações das Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFP) de 2022 e Informações Trimestrais (ITR) de 2023.” 

Ruth foi afastada pelo conselho de administração da presidência do banco em setembro de 2022, quando uma denúncia anônima feita por funcionários foi encaminhada ao conselho de administração, apontando supostas irregularidades cometidas por ela e o vice-presidente financeiro, Vando Ferreira.

A acusação é de que eles estavam interferindo no fluxo de pagamentos a fornecedores, cobrando propina para liberar esses pagamentos e favorecendo determinadas empresas. Uma delas é a Lanlink, onde trabalhava o companheiro de Ruth, Celso Penalber. Ela voltou ao cargo no fim de fevereiro, graças a uma liminar da Justiça.

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