Os causídicos, alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pela justiça , são suspeitos de integrarem um grupo criminoso com expertise em lavagem de dinheiro. Na operação, que contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), os agentes apreenderam centenas de bilhetes de presos, além de celulares, documentos e agendas com anotações. Para o Gaeco, os advogados estavam sendo utilizados como “pombo-correio”, entre integrantes do PCC e o mundo externo. Os mandados foram cumpridos em um escritório de advocacia em Marabá e em endereços residenciais de Castanhal.
Nesta terça-feira, 27, recebemos e publicamos abaixo, em respeito ao contraditório, um email enviado pela defesa do advogado Anderson Alves. Reiteramos que o espaço segue aberto para os demais nomes citados na matéria. Leia a seguir o texto na íntegra:
“O advogado criminalista Anderson Alves não está sendo investigado pelo Ministério Público do Pará pela prática de levar e trazer mensagens dos presídios de integrantes de facção criminosa. Anderson está sendo investigado pelo simples fato de que teria advogado anos atrás para pessoas presas por crimes graves e ter recebido honorários por isso.
Isto não é lavagem de dinheiro.
Sempre importante deixar claro que advogado criminal não precisa justificar para ninguém a origem do dinheiro que está recebendo do cliente para custear sua defesa. Caso contrário, em alguns casos somente a defensoria pública poderia atuar e a ampla defesa constitucional estaria morta, pois os acusados não poderiam escolher livremente seus defensores. Além disso, a lavagem de dinheiro do advogado criminal com relação aos seus honorários só ocorre se o seu mandato for utilizado como uma ficção, uma fraude com o objetivo de auxiliar o criminoso a dissimular a origem ilícita no dinheiro.
No caso, a intenção era de receber os honorários pelos serviços efetivamente prestados. Uma simples consulta ao sistema de processos do Tribunal de Justiça do Pará comprova que Anderson efetivamente advogou. A simples análise dos extratos bancários comprova que o advogado recebeu seus honorários. Anderson não é integrante de facção criminosa. Ele é honrado advogado criminalista atuante e professor universitário. Este grande mal-entendido há de ser reparado. Criminalizar o direito de defesa não é o caminho adequado. A democracia brasileira não poder mais aceitar que o advogado seja confundido com seu cliente, independente de quem seja e dos crimes pelos quais esteja sendo acusado. Todos têm direito de defesa.”
Lucas Sá, advogado de defesa de Anderson Alves.
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