A Vale. As Ações. O Ibovespa. O Minério e a Baixa dos Preços



 As ações da Vale (VALE3) devem seguir pesadas no Ibovespa (IBOV). Dados fracos de atividade na China em maio atingiram em cheio os preços do minério de ferro negociado nos mercados internacionais e devem penalizar as exportadoras de commodities metálicas, como é o caso também de siderúrgicas.  Em Dalian, o contrato futuro mais negociado do minério de ferro, com vencimento em setembro, fechou em baixa de 1,61%, a 702,50 yuans a tonelada métrica após ajustes.

Já no mercado à vista em Singapura, o minério de ferro chegou ao final de maio abaixo de US$ 100, acumulando perdas de quase 6% neste mês, após um tombo de mais 16% em abril. Desde o pico de meados de março, o preço do metal básico acumula queda de 25%.  Aliás, os metais industriais caíram como um todo. O cobre, por exemplo, ampliou seu pior desempenho mensal em quase um ano e caminha para encerrar maio com perdas de quase 6% em Londres. O metal caiu mais de 13% em relação ao pico de janeiro.

O desempenho desses ativos reflete dados de atividade na China. O índice oficial dos gerentes de compras (PMI) da indústria caiu de 49,2 em abril para 48,8 em maio, na leitura mais fraca desde dezembro. A fraqueza na demanda foi a principal culpada pelo recuo da atividade, com queda nos novos pedidos e nas encomendas de exportação. Já o PMI do setor de serviços caiu de 56,4 para 54,5 em base mensal.

Para a economista do Julius Baer, Susan Joho, a recuperação econômica após o fim das restrições contra a covid-19 concentrou-se na atividade de serviços. Já o setor industrial sofre com a demanda externa mais fraca e também com o consumo interno moderado, com as empresas tendo pouco interesse em comprar matéria-prima. Ainda assim, os dados ainda indicam um crescimento econômico robusto, afastando o temor de que a economia chinesa esteja tão ruim quanto muitos temem. 

“Os PMIs oficiais sugerem que a recuperação econômica da China ainda estava em andamento em maio, embora em um ritmo mais lento”, avalia Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics. Para ele, ainda há espaço para melhora no consumo doméstico nos próximos meses, à medida que o mercado de trabalho ficar mais apertado e o crescimento dos salários aumentar. “Isso nos deixa confortáveis com nossa previsão de PIB acima do consenso de 6,5% para este ano”, conclui o especialista.

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