O otimismo durou pouco e a realidade econômica frágil da China – maior produtora mundial de aço – acabou se impondo sobre o minério de ferro, cujos preços voltaram a cair, após um esboço de reação nos últimos dias. Como reflexo do dilema do gigante asiático, o contrato futuro da commodity para setembro na bolsa de mercadorias e futuros chinesa de Dalian caiu 3,5% para 698,50 iuanes (US$ 101,05) a tonelada, depois de atingir 733 iuanes, maior patamar desde 24 de abril.Já na bolsa de Cingapura, o contrato do minério de ferro para junho recuou 3,7% a US$ 99,50 a tonelada.
Até quando se mantinha a expectativa positiva em relação à recuperação da China, a reboque da maior demanda do setor imobiliário local, as cotações do insumo siderúrgico operavam no positivo. Contrariando tal viés, dados sobre preços ao consumidor no gigante asiático apresentaram, no mês passado, o ritmo mais lento em mais de dois anos, ao passo que a deflação pesou muito nas portas das fábricas, que reduziram sobremaneira o ritmo de produção.
Mais recentemente, as siderúrgicas divulgaram a intenção de retomar a produção, após ligeira paralisação. No paralelo, as autoridades de Pequim confirmaram cortes na produção de aço, o que serviu para impulsionar o preço do minério de ferro. Em nota, analistas do Citibank admitiram que “a recuperação do minério de ferro é insustentável, já que não esperamos uma rápida recuperação na demanda por aço em meio a um mercado imobiliário fraco na China”.
Curioso notar que, enquanto os futuros ‘afundavam’ sob o peso da vacilante economia mandarim, o preço de referência encerrou a sessão com queda de 0,81% a US$ 105,15 a tonelada; o índice para minério de 65% fechou a sessão cotado a US$ 123,10 a tonelada e contratos para 2024 foram cotados a US$ 94,42. Do ponto de vista global, indícios de recessão nos EUA também podem minar as hipóteses de valorização da commodity.
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