O contrato do minério de ferro negociado no mercado futuro chinês em Dalian fechou em alta firme e atingiu o nível mais alto em uma semana durante a sessão desta segunda-feira (29). Porém, o ritmo da recuperação econômica da China traz dúvidas aos mercados. Após ajustes da sessão, o contrato futuro mais negociado do minério de ferro, com vencimento em setembro, saltou 3,50% em Dalian, fechando a 709,50 yuans a tonelada métrica. Durante as negociações diurnas, a commodity metálica disparou quase 5%, indo a 719 yuans, no maior valor desde 22 de maio. Em Singapura, o contrato à vista do minério de ferro fechou em alta de 2,7% hoje, a US$ 103,25 a tonelada métrica.
O comportamento do minério de ferro acontece apesar da má notícia vinda da China no sábado (27). Isso porque o lucro das empresas industriais chinesas caiu 20,6% no acumulado de janeiro a abril, em relação ao mesmo período do ano passado. O dado reforça a percepção de uma recuperação econômica vacilante da segunda maior economia do mundo. “O mercado está aprofundando o debate em torno da perda de momento da economia chinesa”, resume o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa, em comentário matinal.
Tanto que os preços do minério de ferro registram queda de mais de 20% em relação ao pico de meados de março, em meio a uma recuperação chinesa que não correspondeu às expectativas. Afinal, nem o fim das restrições da política de Covid Zero, nem a tradicional alta temporada da construção civil no segundo trimestre, deram o impulso que o mercado esperava ao consumo por matérias-primas. Além disso, há um novo receio em torno de uma segunda onda de covid-19 no país. O alerta foi dado na última segunda-feira (22) pelo médico Zhong Nanshan, um dos principais especialistas da China em doenças respiratórias. Segundo ele, o país se prepara para um novo pico da doença em junho, que deve afetar 65 milhões de pessoas por semana.
Para o gestor da TAG, ainda há dúvidas quanto ao impacto na economia do risco de contágio de coronavírus. Ao mesmo tempo, os investidores alimentam expectativas quanto a uma possível reação por parte do governo chinês, lançando mais estímulos para estimular a demanda. “Este tema é incipiente, mas merece atenção nas próximas semanas”, conclui Kawa.
*Com agências internacionais (Reuters e Bloomberg)
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