O Tenente Aderaldo. Os 320 Quilos de Cocaína. O Diário Oficial e o Conselho de Justificação



 O governador do Pará, Helder Barbalho, assinou decreto criando um Conselho de Justificação para apurar faltas funcionais atribuídas ao tenente da Polícia Militar Aderaldo Pereira de Freitas Neto. Para compor a comissão foram nomeados os tenentes coronéis Marcelo André da Costa Neto, Ivan Silva da Encarnação Júnior, Raimundo Nonato de Araújo Miranda, Venício de Oliveira Barbosa e o major Itamar Rogério Pereira Gaudêncio.

Para refrescar a memória do leitor, o tenente Aderaldo Pereira foi um dos quatro paraenses presos na cidade de Caxias, em Portugal, em julho de 2020, investigados pelo envolvimento na apreensão de 320 quilos de cocaína escondidos em uma carga de açaí que chegou ao País. O Processo Administrativo Disciplinar, aberto pela Corregedoria da PMPA para investigar as denúncias contra o militar Aderaldo Pereira, foi requisitado pela Promotoria de Justiça Militar assim que teve conhecimento da prisão do oficial no final de junho. O órgão também foi responsável por pedir a suspensão do pagamento do salário de R$ 13 mil do suspeito, correspondente ao cargo de tenente.

Os dois primeiros a serem detidos foram Marco Antônio Faria Júnior, que tem negócios em Barcarena, e Nilson de Souza Castro Neto, conhecido como “Nilsinho”. Ambos foram presos ao receberem, em Lisboa, um contêiner, que saiu do porto de Vila do Conde, em Barcarena, carregado com 320 quilos de cocaína escondidos em uma carga de açaí. O tenente da PMPA, Aderaldo Pereira de Freitas Neto, foi preso cerca de uma semana depois em Portugal, quando tentava fugir do país rumo ao Brasil. Já no dia 8 de outubro, foi a vez do quarto paraense envolvido no esquema ser preso. 

De acordo com informações repassadas pelas autoridades federais trata-se de Allan Carvalho Cardoso, 27 anos, proprietário da empresa A.C Cardoso, registrada como exportadora de açaí. Ele foi capturado no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, depois de apresentar documentação falsa ao desembarcar de um voo vindo de Madrid, capital da Espanha. Desde junho, Allan já era apontado como um dos alvos da operação da polícia portuguesa. 

Segundo informações da polícia lusitana, os suspeitos podem ter envolvimento em um esquema bem maior, comandado por Ruben Oliveira, conhecido como “Xuxas” e considerado o maior traficante português, e Sérgio Carvalho (o “Major Carvalho”), chamado de “Escobar brasileiro”.

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