As ocorrências de ouro no país têm potencial de impulsionar o desenvolvimento da economia brasileira. Em todo o território nacional, já foram mapeados 94 distritos auríferos aptos à exploração sustentável. O mapa com a localização das unidades geológicas que contém as mineralizações e a descrição de cada uma consta no Informe de Recursos Minerais – Províncias e Distritos Auríferos do Brasil, elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).
De acordo com o geólogo do SGB Gilmar Rizzotto, organizador do material, em quase todos os estados há ocorrências de tipos rochosos passíveis de extração de ouro. Isso se deve à formação geológica do território: 46% das terras são dominadas por rochas pré-cambrianas (com mais de 541 milhões de anos) que podem conter metais, com destaque para o ouro. “Há regiões do país com potencial maior, como Mato Grosso, Pará, Rondônia, Minas Gerais, Goiás e Bahia”, explica o geólogo.
Os outros estados com ocorrências de ouro, segundo o mapa elaborado pelo SGB, são: Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Roraima. A capacidade para produção aurífera é uma vantagem econômica para o Brasil, considerando que “o ouro é uma das commodities mais valorizadas no mercado mundial”, contextualiza Rizzotto, acrescentando, ainda, que o metal nobre é fundamental na indústria em geral, na fabricação de celulares, carros e eletroeletrônicos.
O conhecimento geológico produzido pelo SGB, a respeito das províncias e distritos auríferos, é importante para embasar a tomada de decisões do setor mineral, subsidiar a escolha de áreas de pesquisa e alimentar modelos exploratórios sustentáveis. Ao apontar as áreas favoráveis para mineração, o SGB contribui para o aumento de investimentos privados no setor.
Mais de um terço dos distritos auríferos estão na unidade geotectônica do Cráton Amazônico. São 32 distritos nas províncias auríferas de Parima, Surumu, Carajá, Tapajós, Juruena-Teles Pires, Rio Madeira e Alto Guaporé, que estão na região da Amazônia Legal. Só na província de Carajás, estão 10 distritos: Cinzento, Serra Pelada, Rio Novo/Curiunópolis, Igarapé da Bahia/Alemão, Aquiri-Liberdade, São Félix do Xingu, Tucumã-Gradáus-Cumaru, Sapucaia/Diadema, Andorinhas, Serra do Inajá, Sossego/Cristalino.
Há projetos promissores de pesquisa sobre ocorrência de ouro realizados pelo país, com destaque para Tocantizinho e Volta Grande, no Pará; Borborema, no Rio Grande do Norte; Posse, em Goiás; Santa Luz, na Bahia; Gurupi, no Maranhão; Almas, em Tocantins; e Matupá, no Mato Grosso. “Esses projetos, quando implementados, podem agregar cerca de 25 a 30 toneladas ao ano à produção brasileira de ouro, sem considerar os demais de menor porte e/ou em fase de análise inicial de viabilidade”, indica o relatório do SGB.
As informações sobre as províncias e distritos auríferos, reunidas pelo SGB, são provenientes do Banco de Dados Geológicos do SGB, e das atividades de pesquisa de diversos projetos de mapeamento geológico e de avaliação de recursos minerais. Os estudos foram realizados por pesquisadores do SGB e de outras instituições, como universidades.
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