Na última segunda-feira (24), a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) foi acionada por um colégio particular, localizado na avenida Augusto Montenegro, para atender um caso de morte por suspeita de meningite. A vítima foi uma criança de 11 anos, estudante do 5º ano da instituição. Após avaliação da equipe técnica da Sesma, no entanto, a suspeita foi descartada, “haja vista que os achados clínicos e laboratoriais (…) não encontraram evidências técnicas para confirmação do diagnóstico”, diz nota da secretaria.
De acordo com a Sesma, a investigação segue para descobrir qual a causa da morte da criança. “Vale ressaltar que todos os contatos próximos à criança falecida (familiares) seguem sem quaisquer sintomas suspeitos para meningite em seus domicílios, sem risco de transmissibilidade relacionada ao caso em questão, conforme orientações dos protocolos vigentes”, complementa a nota da pasta.No mesmo dia 24, o próprio colégio particular emitiu um comunicado onde informa que a criança veio a óbito com diagnóstico de meningite e que o irmão do aluno também estaria manifestando os sintomas da doença. Os irmãos já estavam há 17 dias afastados da escola.
Segundo a nota, a instituição estaria realizando uma “assepsia criteriosa” “para deixar o ambiente apropriado para a nossa comunidade escolar”. A Sesma nega as informações.Embora descartada, a ocorrência acende o alerta para os riscos de infecção por meningite, visto que, até a última quinta-feira (27), a capital paraense registrou 36 casos da doença só no ano de 2023, incluindo um caso de meningite meningocócica, considerada a forma mais grave doença. O número é próximo ao registrado pela Sesma no mesmo período do ano passado, de 38 casos. No total, em 2022, foram 127 casos confirmados de meningite em Belém.
Apesar dos casos, no ano passado, Belém não conseguiu atingir as metas de imunização estipuladas pelo Ministério da Saúde.Segundo a Sesma, são disponibilizados dois tipos de vacinas nas unidades de saúde: contra a meningite meningocócica do sorogrupo C, a forma agravada da doença, e a vacina meningocócica que protege contra os sorogrupos A, C, W e Y.
A recomendação é de 95% das crianças imunizadas com a vacina meningocócica conjugada C, mas a capital atingiu apenas 57,27% desse público em 2022. No que se refere ao ano de 2023, até quinta (27), a cobertura vacinal foi de 14,85%, o que corresponde a 2.497 crianças vacinadas.
A vacina meningocócica conjugada ACWY é principalmente direcionada e recomendada a crianças de 11 a 14 anos de idade. Apesar de não existir uma meta de vacinação para esse público, a Sesma informa que, em 2022, foram aplicadas 6.250 doses; até o mês de abril deste ano, foram registradas 1.819 doses aplicadas.
Nota da Sesma sobre a suspeita descartada em Belém:
“A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informa que, no dia 24 de abril, o Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) foi acionado pela coordenação pedagógica de um colégio particular, na avenida Augusto Montenegro, sobre o óbito suspeito de meningite de uma criança de 11 anos, estudante do 5º ano desta instituição.
Antes do comunicado prévio, o Departamento já havia tomado ciência sobre a situação e, de acordo com a rotina institucional diária, foi realizada a investigação inicial com familiares, local de atendimento do caso, consulta de documentos e exames padronizados para confirmação ou descarte do caso em questão.Após a avaliação completa pela equipe técnica do Departamento, conclui-se que o caso em questão está descartado para a meningite, haja vista, que os achados clínicos e laboratoriais realizados pela instituição no atendimento à criança não encontraram evidências técnicas para confirmação deste diagnóstico; logo, segue em investigação para outras causas.
Vale ressaltar que todos os contatos próximos à criança falecida (familiares) seguem sem quaisquer sintomas suspeitos para meningite em seus domicílios, sem risco de transmissibilidade relacionada ao caso em questão, conforme orientações dos protocolos vigentes.”
Fonte : O Liberal
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