O Pará. As Rodovias. A Privatização. A Segurança e as Vidas



 Até as pedras sabem que O Antagônico é um ferrenho crítico da gestão atual do governo do estado. No entanto, quando algo positivo é feito, por dever de ofício temos a obrigação de registrar. Estamos falando da privatização da rodovia da PA 150 e da Alça Viária.

O processo de leilão de vias públicas é o primeiro da história do Pará e integra um pacote de privatização que envolve ainda as rodovias PA-475, PA-252, PA-151 e PA-483. A iniciativa, sem sombra de dúvida, vai ajudar a dar fim a carnificina resultante de milhares de acidentes que resultaram na perda trágica de muitas vidas. E os exemplos não vão longe. Na semana passada, um gravíssimo acidente ocorrido no distrito de Morada Nova, em Marabá, resultou na morte de 11 pessoas.

Não é segredo pra ninguém que as rodovias privatizadas são infinitamente melhores, em todos os aspectos, do que as estradas controladas pelos governos federal e estadual. Mas por qual razão? No contrato de concessão, a empresa privada se responsabiliza por um trecho de rodovia, por tempo específico que pode chegar até 25 anos. Promove melhorias e faz a manutenção das pistas. Na maioria das vezes, o reflexo desse serviço de melhorias é visto na cobrança do pedágio. 

Em São Paulo, por exemplo, a tarifa chega a R$ 14,80 para um automóvel particular. Nesse mesmo trecho, um caminhão com 3 eixos paga mais de R$ 40,00. Os caminhoneiros, os que mais saem em desvantagem, ainda assim acham que vale mais pagar pedágio a se aventurar pelas rodovias esburacadas.

As vantagens das rodovias privatizadas se baseiam em dois pilares: o primeiro é que o governo pode transferir verbas para outras atividades e o segundo é que as rodovias melhoraram porque a iniciativa privada, para justificar os lucros que tem no negócio, precisa conservar as pistas em um padrão mais elevado do que o seguido anteriormente.

Acaba custando mais caro para os motoristas porque há mais postos de pedágio espalhados pelas rodovias, mas segundo os estudiosos do assunto esse sistema é mais justo. Quem usa as estradas paga por sua conservação. Vendo tudo isso, podemos afirmar de olhos fechados que as rodovias privatizadas melhoram, e muito, o transporte rodoviário do país. É só perguntar para quem anda nas pistas administradas pelo governo e nas controladas pelas concessionárias.

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