O Antagônico retoma hoje a história de Maurício César Mendes Rocha Filho, que está preso na Cadeia Púbica de Jovens e Adultos, em Santa Isabel do Pará. Maurício Filho foi preso dia 9 de dezembro de 2022 durante a operação “Exposed”, da Polícia Civil do Pará, acusado de vazar vídeo íntimo da influenciadora digital Luma Bony, 23, que tirou a própria vida em novembro do ano passado, após o ocorrido. Consta no processo que Maurício embebedou, drogou, abusou e filmou a influenciadora, que estava desacordada, em seguida publicou o vídeo na própria rede social, em um perfil antigo.
Esta semana, O Antagônico teve acesso a vários documentos que mostram que Maurício Filho, antes de Luma Bonny, já havia feito dezenas de vítimas, usando sempre o mesmo “modus operandi”: vídeos e chantagem. E não é só isso. Os documentos, que são públicos, apontam que Maurício tem nebuloso histórico familiar, onde, na maioria das vezes, a família, incluindo um desembargador aposentado, “fechou os olhos” para os crimes rotineiramente praticados pelo rapaz.
Maurício, que está preso preventivamente há mais de 3 meses, é neto do desembargador aposentado Jaime dos Santos Rocha, e, quando se via acuado ou em risco de ser denunciado por suas vítimas, o mesmo usava o nome do avô, se dizendo “blindado” pela justiça. A bem da verdade, a árvore genealógica de Maurício faz crer que a própria família serviu de espelho para reforçar o seu comportamento criminoso doentio. O pai, o ex-oficial de justiça do TJ do Pará, Maurício César Mendes Rocha, possui um histórico conturbado, semelhante ao do filho.
Em 2018, Maurício Filho se envolveu em um acidente de trânsito em frente ao colégio Ideal, ocasião em que seu veículo bateu no carro de uma senhora. No momento do acidente, Maurício, apresentando visíveis sinais de embriaguez, fugiu do local. De acordo com a ocorrência policial, o pai de Maurício e sua esposa tentaram assumir a responsabilidade do acidente. Este fato, já demonstra que os pais de Maurício acobertavam os malfeitos do filho.
Afora isso, o rapaz se envolveu em vários problemas com seus familiares sendo que alguns casos foram parar na polícia. No dia 04 de janeiro de 2018, Maurício Filho registrou BO na Polícia acusando sua tia, Mônica Sullemy Rocha Vieitas Montenegro, moradora do condomínio Cidade Jardim II. Na ocorrência, ele narrou que a mesma lhe ofendeu com vários impropérios: “ Vagabundo. Filho da putinha. Maconheiro. Arrombador de Cadeado. Safado.” O pano de fundo da história se desenrolou em um sítio, situado na rodovia Augusto Montenegro, de propriedade do avô de Maurício, o desembargador aposentado, Jaime dos Santos Rocha, que hoje vive debilitado, precisando de cuidados médicos.
Na data do fato, Maurício teria arrombado o cadeado do sítio para “fazer uma orgia”, situação flagrada por Mônica Rocha, momento em que a mesma discutiu com o sobrinho. Maurício foi retirado do local, à força, por uma guarnição da Polícia Militar. E a história rendeu mais ainda. No dia 28 de janeiro, a tia de Maurício também registrou ocorrência policial, desta feita denunciando que seu irmão Maurício Rocha, pai de Maurício Filho, ameaçou a mesma de morte e também sua irmã, Claudia Cilene, por conta do episódio do sítio.
Já em 2020 começaram os problemas de Maurício Filho com a sua madrasta, Camila Teixeira Bastos, que reside com o pai do mesmo no condomínio Greenville I. No dia 23 de novembro de 2020, Maurício registrou BO na polícia, acusando a madrasta da prática de injúria, afirmando que a mesma teria lhe chamado de “ladrão, demônio, vagabundo”, e que a madrasta estaria impedindo seu acesso ao condomínio.
A situação piorou em janeiro de 2021, quando a madrasta, Camila Teixeira, registrou ocorrência policial fazendo gravíssimas denúncias contra o enteado dizendo que o mesmo é usuário de drogas e que fornecia seu endereço para “cobrança do tráfico”. Além disso, a madrasta disse à polícia que Maurício era uma pessoa “perigosa e inconsequente”. “Ele postou vídeos dizendo que vai encher minha cara de porradas”. Disse à polícia a madrasta.
Busca e Apreensão
Além desses desajustes familiares, Maurício Rocha, o pai, vive acossado em dívidas. Em setembro de 2022, o juiz Silvio César dos Santos Maria expediu Mandado de Busca e Apreensão de uma Mercedez de luxo comprada por Maurício Rocha do empresário Daniel Conceição Campos de Araújo Menezes, que é vizinho do comprador no Greenville I. No entanto, o carro nunca foi localizado pela justiça.
Das sucessivas visitas de oficiais de justiça ao condomínio, consta a informação de porteiros dando conta que o veículo nunca mais foi visto no Greenville I. Consta nos autos que Rocha comprou o veículo de seu vizinho pela quantia de R$ 100 mil reais, em dez parcelas de R$ 10 mil, não tendo cumprindo o contrato. Na sentença, o juiz condenou Maurício Rocha a devolução do carro e, em caso de não cumprimento da decisão, a multa diária de R$ 2 mil reais.
Nessa história do veículo há um dado curioso: Em conversas de WhatsApp, Mônica Sulemy, irmã de Mauricio Rocha diz para a esposa do mesmo que ele, malandramente, depositava envelopes vazios em caixas eletrônicos e retirava os comprovantes para comprovar que havia pago as parcelas do veículo. “Égua da pilantragem”. Responde a interlocutora da conversa. E não é só isso: Consta no processo que em uma das incursões da justiça no Greenville I, Maurício informou, pasmem, que escondeu o carro.
Dívida de Condomínio
O Antagônico também teve acesso a um processo onde o Greenville I cobra de Maurício Rocha uma dívida astronômica de R$ 405 mil reais, só de condomínio. Consta na Ação que Maurício, tão logo comprou um imóvel no Greenville, responsabilizou-se em pagar a dívida em 96 parcelas de pouco mais de R$ 4 mil reais. Ocorre que o mesmo só pagou dez parcelas do acordado, não pagando a entrada de R$ 20 mil, estando inadimplente desde dezembro de 2019, ou seja, a mais de 3 anos. Na ação movida pelo condomínio contra Maurício, o Greenville pede o bloqueio das contas do mesmo e a penhora do imóvel.
E as agruras de Maurício Rocha não param por aí. Quando atuava como oficial de justiça no TJE do Pará, ele perdeu o cargo porque era relapso no cumprimento de Mandados e faltava muito ao trabalho. No entanto, existem outras versões que apontam comportamento “nada republicano” do ex-servidor da justiça.
Mesmo com essa extensa colcha de retalhos, Maurício Rocha sustenta, em sucessivos habeas corpus, muitos negados pela justiça, que seu filho tem raiz familiar e “boa índole”. As vítimas que o digam !!
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