O Ministério Público de Portugal acusou o empresário português Ruben Alexandre Vieira Oliveira, 39 anos, conhecido como “Xuxas”, e mais 17 pessoas ligadas ao traficante de drogas e ex-policial militar Sérgio Roberto Carvalho, o Major Carvalho, conhecido no país europeu como “Pablo Escobar brasileiro”.
A denúncia não inclui os nomes dos quatro paraenses presos no ano passado, suspeitos de participação na organização criminosa. São eles Aderaldo Pereira de Freitas Neto, o “Tenente Freitas”, Marco Antônio Faria Júnior, que tem negócios em Barcarena, Nilson de Souza Castro Neto, conhecido como “Nilsinho” e Allan Carvalho Cardoso.
Os quatro são suspeitos de envolvimento na apreensão de 320 quilos de cocaína escondidos em uma carga de açaí que chegou ao país no mês de junho de 2022 e investigados como partícipes de um grande esquema internacional de tráfico de drogas que tem como ponto de partida o porto de Barcarena.
Toneladas de Coca
Ruben Alexandre é considerado o líder português e ‘braço direito’ na Europa do esquema de tráfico internacional de droga comandado por Carvalho, que está em prisão preventiva em Budapeste, na Hungria, desde 21 de junho do ano passado. Segundo o Ministério Público português, as investigações apontaram que o empresário fundou uma organização criminosa para importar grandes quantidades de cocaína da América do Sul. A denúncia foi feita na semana passada.
Xuxas viajou quatro vezes para o Brasil para negociar a importação de toneladas de cocaína para a Europa antes de ser preso pela Polícia Judiciária de Portugal, em 27 de junho do ano passado. Ruben Alexandre mantinha estreita relação com Major Carvalho. O empresário português também tinha a missão de contratar narcotraficantes em outros países e ainda era o responsável pela quantidade de droga a ser exportada e pelos locais de destino da cocaína.
Considerado uma lenda do crime organizado, acusado de chefiar uma das maiores organizações criminosas do mundo, Major Carvalho foi comandante da Companhia de Polícia de Trânsito de Campo Grande, atual Batalhão de Trânsito, e foi preso pela primeira vez em 1997 com uma carga de cocaína. Ele foi condenado e ficou detido por vários anos.
Carvalho foi acusado de estar envolvido no tráfico de 45 toneladas de cocaína do Brasil para a Europa entre 2017 e 2019 e de ter lavado milhões de dólares por meio de várias empresas de fachada. E também é denunciado por ter usado documentos falsos para enganar as autoridades europeias.
De acordo com a procuradora Sandra Pontes, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), os investigados vão responder judicialmente pelos crimes de associação criminosa para o tráfico, tráfico agravado de drogas, lavagem de dinheiro, posse de arma e munições ilegais.
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