De pai pra filho. O escândalo Banpará ainda vai dar muita dor de cabeça para o governador Helder Barbalho. Isso porque ainda está viva na memória do paraense o “escândalo do Banpará parte I” foi o pai de Helder, o senador Jader Barbalho, acusado de desviar um “caminhão de dinheiro” do banco paraense, quando Jader era governador. Agora a história se repete, porém com outros protagonistas próximos do governador.
E com o passar do tempo a coisa só piora. Esta semana, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um procedimento inicial para apurar questões ligadas a denúncias no Banpará. O site da autarquia informa apenas que se trata de um processo de supervisão, oriundo de “notícias, fatos relevantes e comunicados”. A data de autuação consta como 16 de janeiro. Isso depois que estourou, a nível nacional, as denúncias de corrupção que levaram ao afastamento da presidente do Banpará, Ruth Mello, e do diretor financeiro, Vando Ferreira.
A acusação é de que eles estavam interferindo no fluxo de pagamentos a fornecedores, cobrando propina para liberar esses pagamentos e favorecendo determinadas empresas. Um relatório elaborado pelo comitê de auditoria diz que não foi possível comprovar tratativas ou concretização do recebimento de propina.
Ainda assim, o órgão concluiu que houve falta de zelo na adoção de boas práticas de governança corporativa, de gestão de riscos e controles internos e de mecanismos de proteção aos acionistas. Agora, a expectativa é pelo relatório final da comissão interna de sindicância, que deve sair nos próximos 15 dias.
Enquanto isso, a gestão Helder Barbalho, que defende Ruth, segue na sua batalha contra os membros do conselho de administração que votaram pelo afastamento dela. Os três membros independentes, Aláudio Mello Junior, Tereza Serrão e Roberto Barreto, já deixaram o colegiado. O único que foi contra o controlador e ainda está no órgão é o representante dos minoritários, Adilson Dias.
Na quinta-feira (16), em assembleia geral extraordinária, os acionistas elegeram quatro novos membros para o conselho: Igor Barbosa Gonçalves, Jorge Wilson Campos e Silva Antunes, Sérgio Roberto Ribeiro Maciel e Raimundo Benedito Pinheiro, estes dois últimos como independentes. Cláudio era presidente do conselho e renunciou no fim de janeiro. Agora, o colegiado é comandado por Genyce Pires de Amorim, que é próxima de Ruth. O problema é que só o voto de Genyce não decide a parada. E é ai que residem as angústias da presidente afastada. Não dá nem pra chorar no ombro do namorado, outro que também está enrolado na história, até a medula.
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