A reeleição de Helder Barbalho ao governo do Pará representa algo impar na política do estado. Com apenas 43 anos, Helder já superou, e muito, o prestígio e a sagacidade do pai, o senador Jader Barbalho. O feito de emplacar o irmão, Jader Filho, como ministro de Estado, é digno de nota e revela uma astúcia de quem não pretende se aposentar tão cedo.
Mesmo visitado 4 vezes pela polícia federal em sua primeira gestão, Helder conseguiu realizar façanhas pouco críveis, como a de tirar do caminho, por clara desconfiança, Lúcio Vale, comprando a peso de ouro, o cargo de vice governador, algo impensável até então. À época, acossado com as investigações da PF, Helder temia ser preso e consequentemente afastado do cargo. Com Lúcio fora do caminho, a jogada do governador colocou em segundo lugar da linha sucessória, o presidente da Alepa, Francisco Melo, “Chicão”. Seu correligionário e amigo de confiança.
E a astúcia do filho mais novo de Jader Barbalho não parou por ai, foi graças a sua movimentação em Brasília que a mãe Elcione Barbalho escapou de ter o mandato cassado, agora, a nomeação de Jader Filho representa mais uma tacada do governador do Pará. Isso porque o irmão, quase ministro, é um dos investigados, juntamente com o próprio Helder nas operações da PF que apuram desvios de mais de 300 milhões da saúde do Pará, no período da Pandemia.
Com a nomeação Helder blinda o irmão, uma vez que via de regra, ministros de estado têm prerrogativa de foro e o processo sai das mãos do ministro do STJ, Francisco Falcão, e será remetido para o Supremo Tribunal Federal. Trocando em miúdos, tudo vai para o ralo, pelo menos por quanto durar o romance dos Barbalho com Lula e o PT.
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