Não é segredo para ninguém que, mesmo afastada do cargo para concorrer às eleições para uma vaga na Câmara Federal, Ursula Vidal continuou apitando na Secult. Apegada ao poder e à estrutura que reveste o cargo, a ex-secretária tem feito reuniões com equipes e participado de eventos nacionais representando a pasta, e ameaçando DASs que não obedecem suas ordens — tudo isso assessorada por um funcionário pago pela Secult, leia-se, Iego Alexssander Rocha Alexandre. Tanto isso é verdade que os dois participaram, no início de dezembro, de um fórum nacional de gestores de cultura ocorrido em algumas cidades do Rio Grande do Sul, entre elas as paradisíacas Gramado e Canela. Olhando a programação do evento, tudo parece não ter passado de uma confraternização e um excelente “passeio”.
Quem pagou as passagens de Ursula e de seu pajem para o pampa brasileiro, só mesmo a Secult poderá responder. Mas já se sabe que as portarias (733/22 e 734/22, ambas expedidas em 7 de novembro) concedendo quatro diárias e meia para Iego e para a própria Ursula, foram publicadas em diário oficial no dia 8 de novembro.
O estranho é que não há nenhuma portaria assinada pelo governador reconduzindo Ursula ao cargo de secretária ou direcionando-a para qualquer outra função. Até onde se sabe, o titular da pasta é o advogado e contador Bruno Ferreira Chagas, que passou a gerir a secretaria em ato contínuo ao afastamento de Ursula para concorrer às eleições. Chamado de “espantalho” por alguns, o secretário “de direito” parece ter tido pouco espaço para arbitrar a condução da secretaria.
Mas a farra não para por aí. A próxima viagem da ex-secretária já tem data marcada, com diárias publicadas no Diário Oficial no último dia 24 de novembro, desta feita para representar o estado do Pará no Prêmio Jabuti de literatura, que ocorrerá em São Paulo – também no dia 24. A Secult, oficialmente, não enviará ninguém do seu quadro para o evento – isso inclui também o secretário em exercício. O estado conseguiu este ano emplacar duas obras paraenses entre as premiadas nesta edição do prêmio, uma delas editada pela própria Secult. Ao final, nenhuma foi premiada.
Helder Barbalho ao que se sabe, tem conhecimento da atuação arbitrária desempenhada por Ursula na Secretaria de Cultura do Estado, bem como dos seus excessos, chiliques e humilhações aos servidores. Estaria o governador cozinhando-a, então, aliada? Ou seria ex-aliada?
Refrescando a memória dos leitores, Ursula iniciou sua trajetória política no Rede. Em 2014 concorreu a uma vaga na Alepa pelo Cidadania. Depois passou para o Psol, tendo, temporariamente, caído nas graças da militância e do atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues. Helder deu com os burros n’água apostando em Úrsula como a pessoa capaz de dialogar com o centro e com a centro-esquerda, um tiro no escuro que o governador não costuma dar. O que se sabe é que Ursula tem “azucrinado” Helder Barbalho no Palácio Lauro Sodré, batendo o pé para que ele despache o Decreto que a torne secretária novamente. Será ?
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