Estelionato eleitoral na cara dura. Na política paraense se vê de tudo. Tudo mesmo. Um exemplo disso é a dobradinha “desinteressada” das candidaturas de Nilson Pinto e Lena Pinto, que são casados, ao cargo de deputado federal pelo PSDB. Trata-se, portanto, de um caso único na política marajoara: Marido e mulher disputando o mesmo cargo. O curioso é que, aparentemente, apenas Lena Pinto mostra a cara como candidata, sendo que Nilson sequer impulsiona seu material nas redes sociais.
Vamos aos fatos. No Facebook, comparando com a eleição de 2018, no período de 01 a 27 de setembro, Nilson fez 25 postagens. Agora, em 2022 somente 4 postagens. Já no Instagram, no mesmo período do pleito de foram 18 postagens pedindo votos para Nilson, contra apenas 9 no pleito atual.
Se levarmos em conta os dados do Tribunal Superior Eleitoral, TSE, a estratégia digital atual já custou R$ 120,9 milhões, contra R$ 98 milhões com o mesmo tipo de despesa durante os dois turnos de 2018. Isso considerando valores corrigidos pela inflação. Ao mesmo tempo, as cifras despendidas para produzir programas eleitorais para TV e rádio, que respondiam por quase metade do investimento em propaganda eleitoral, caíram 32% e hoje são menos de um terço.
Na contramão desta estatística o candidato Nilson Pinto diminuiu drasticamente publicações em 2022. Diante deste evidente contraste perguntar não ofende: Porque o candidato não está utilizando as redes sociais, ferramenta mais utilizada neste pleito?
Já a esposa de Nilson, a candidata Lena Pinto, faz o sentido contrário do marido, utilizando de forma intensiva as redes sociais e os impulsionamentos. No comparativo entre Lena e Nilson, no pleito de 2022 fica evidente a diferença “estratégica”. Porque o casal utiliza estratégias tão diferentes se a equipe que cuida da campanha de ambos é a mesma?
Outro ponto curioso é que neste mesmo período, somente em uma única postagem de vídeo, datado do dia 04 de setembro, o candidato aparece mostrando seu “novo” número de candidato, 4578. Curiosamente, no vídeo, como nas outras postagens, ele só pede voto para o 45, esquecendo de pedir voto para ele próprio. E é ai que a conta não fecha e fica patente a burla às regras da Lei Eleitoral: Enquanto a esposa faz uma campanha intensa nas redes, o marido segue quase mudo, sem impulsionar a própria candidatura. Um esconde o outro escancara.
E as coincidências não param por ai. Lena Pinto está concorrendo com o número 4590, que historicamente sempre foi de Nilson Pinho. Ele, no entanto, candidatou-se com um novo número: 4578, totalmente desconhecido do seu eleitorado. E tem mais. Na campanha de 2018 Nilson Pinto utilizou vídeos muito bem produzidos, falando de diversas cidades do interior, utilizando inclusive com uso de drones. Já em 2022 ele não apresentou nenhum vídeo de campanha com a mesma qualidade e conteúdo. Já Lena Pinto vem apresentando vídeos de altíssima qualidade, muito semelhantes aos vídeos utilizados por Nilson em 2018. Será tudo só uma grande coincidência ?
Outro dado curioso é que na eleição de 2018, dos 147 mil votos que Nilson Pinto obteve, a maioria foram oriundos de cidades do interior do estado. Nas postagens de 2018, fica muito evidente as várias cidades visitadas pelo candidato. Já no pleito atual não há registros de viagens do candidato aos municípios paraenses. O reverso ocorre com Lena Pinto, que aparece em inúmeros vídeos com registros de visita em cidades do interior, não por acaso, o mesmo reduto eleitoral de Nilson nas eleições de 2018.
Até o momento o candidato Nilson já recebeu mais de R$ 1 milhão de reais do Fundo Eleitoral. No entanto, na sua prestação de contas, não aparece nenhuma despesa com produtora de vídeo, nem tão pouco impulsionamento em redes sociais e despesas com viagens. Vale ressaltar que Nilson tem um limite de gastos que pode ultrapassar a cifra de R$ 3 milhões de reais. Lena Pinto, por sua vez, tem um teto de R$1.522.250,00. Até o momento, aparecem na prestação de contas investimentos altos em produção de vídeos de alta qualidade, gestão de redes sociais e impulsionamento no Facebook.
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