Atrasos nas viagens, falta de higiene, problemas mecânicos nas embarcações e preços abusivos são os principais problemas relatados por moradores dos municípios de Soure e Salvaterra, a respeito da empresa Henvil Transportes. Isso tudo ocorre, com a devida conivência e descaso do governo estadual na esquecida região do Marajó, que possui um dos piores Índices de Desenvolvimento Urbano do Brasil.
A Henvil opera e monopoliza o transporte de cargas no Marajó há mais de 20 anos oferecendo um péssimo serviço à população local. A empresa opera, como se dela fosse, em regime de comodato, 3 ferry boats e dois portos pertencentes ao Estado. A população paga um alto valor para uma empresa operar embarcações que pertencem ao governo. Estranho não ?
Os preços abusivos praticados pela Henvil inflaciona o valor dos fretes e o preço das mercadorias a serem vendidas ao tão sofrido e carente consumidor local. A bem da verdade, a culpa e o descaso não começou na gestão de Helder Barbalho. A empresa opera na linha Icoaraci / Camará, a cerca de 20 anos, com as bençãos do então governador Simão Jatene, que premiou a Henvil com um contrato leonino, com cláusulas absurdas.
Diga-se de passagem que a Henvil Transportes foi citada na Operação Lava Jato acusada de fornecimento de nota fiscal fria à empresa JBS para financiar a campanha do então candidato a governador Helder Barbalho, que acabou sendo derrotado por Simão Jatene no segundo turno. O “favor “ será levado em consideração na renovação da concessão?
Em delação premiada, Ricardo Saud, ex-diretor de realações institucionais e governo da J&F, controladora do grupo JBS, disse que as empresas paraenses CB Consultoria Empresarial e Henvil Transportes teriam recebido R$ 2 milhões, cada, para emitir notas fiscais frias para esquentar dinheiro de corrupção e comprar apoio de políticos e partidos nas eleições de 2014.
“O (senador) Jader Barbalho, R$ 6 milhões, sendo que daí eles doaram depois R$ 3 milhões para o (ministro) Helder Barbalho. Mas eu entendo que esses R$ 8.980.000 o Jader Barbalho direcionou todo para o filho dele que era candidato ao governo do Pará”,
relatou Ricardo Saud.
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